Facas e motosserras serão utilizados para remoção de baleia encalhada na Boa Viagem

Retirada do animal deve durar pelo menos três dias, diz Limpurb Uma verdadeira força-tarefa - envolvendo guinchos, motosseras e facões -...

Retirada do animal deve durar pelo menos três dias, diz Limpurb
Uma verdadeira força-tarefa - envolvendo guinchos, motosseras e facões - foi montada, na manhã desta sexta-feira (22), para a operação de retirada dos restos mortais de uma baleia jubarte que encalhou na praia da Boa Viagem, na Cidade Baixa, em Salvador. Pelo menos 44 garis participam do trabalho de remoção, que deve durar três dias. 


Baleia jubarte na praia da Pedra Furada (Foto: Evandro Veiga/CORREIO)
A Bahia é o estado onde houve mais encalhes em 2017. Este é o 38º caso - o mais recente ocorreu no último dia 1°, quando uma baleia morreu após encalhar na praia de Ondina. O mamífero, que apareceu morto no mar da Boa Viagem na manhã desta quinta-feira (21), é adulto, mede 14 metros e pesa cerca de 40 toneladas, conforme o Instituto Baleia Jubarte, responsável pelo monitoramento dos animais. 
Em função da maré cheia, os garis da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), responsáveis pelo trabalho de corte do corpo, só conseguiram se aproximar do animal nesta sexta-feira, por volta de 10h. Pelo menos 200 metros separam o animal morto, que se encontra nos recifes, do cais da praia da Pedra Furada.
O CORREIO acompanhou as primeiras horas de operação que, neste primeiro dia, deve ser suspensa por volta de 15h. "Depende da tábua de maré, porque é um trabalho bastante complicado, pela localização do animal, então precisamos nos basear no mar", explicou o diretor de operações da Limpurb, Ronaldo Ferreira.
A coordenadora operacional do Instituto Baleia Jubarte, Luena Fernandes, afirmou que o trabalho é delicado e falou sobre os cuidados que devem ser tomados por quem realiza a retirada. "Devem urulizar equipamentos de proteção individual, botas e luvas, além de máscaras e macacão. Vai ser uma operação complicada", relatou.
Ainda conforme Ronaldo, a primeira etapa do processo consiste em cortes à mão, em função da gordura da baleia. "A partir do segundo momento, utilizaremos motosseras e o apoio de um caminhão munk com guincho", acrescenta o diretor. Assim como no caso da baleia encalhada em Ondina, a operação deve durar pelo menos três dias até a remoção total dos restos mortais do bicho. "Estamos fazendo tudo com base na orientação do [Instituto] Baleia Jubarte", completou.
Ponto Turístico
A beleza da praia da Pedra Furada, na Boa Viagem, foi ofuscada pelo mamífero morto. Munidos pela curiosidade, moradores e banhistas se aglomeraram em meio às pedras, ignorando o forte odor do cadáver. Selfies - mais selfies - e vídeos de dezenas de pessoas registravam as primeiras horas de mutilação da jubarte. 
O autônomo José Alcides Souza, 54 anos, tentou se aproximar o máximo que pôde - ficou a apenas cerca de quatro metros do bicho. Quando o cheiro ficou forte, porém, deu alguns passos para trás e parou para registrar dali mesmo. "Estou filmando porque é impressionante o tamanho dela", disse ele, sem abrir mão de mirar o animal com o celular.
"Eu fico triste, pois queria poder vê-la com vida. Também fico preocupado, porque acredito que isso é efeito de ações humanas, é realmente uma tragédia tantas baleias estarem morrendo assim, sem explicação", afirmou ele, que mora no bairro de Jardim Cruzeiro, também na Cidade Baixa. 
Acompanhada da prima, a estudante Dominique Ellen Santos, 9, foi ainda mais longe. Ela chegou a tocar na baleia e até deu um nome ao mamífero. "Lunna. É um bom nome para uma baleia. Só espero que ela não exploda, porque ia ser horrível", relatou, enfatizando o Lunna com dois "Ns".
A menina, que mora na região, contou que jamais havia visto uma baleia. "A gente vê muitos peixes grandes, mas uma baleia assim, tão perto, nunca". E o fascínio foi tanto que, segundo a criança, vários moradores chegaram a ir de barco em alto-mar logo que o animal foi avistado, ainda na quinta-feira (21). "Eu fui com uma amiga da escola e o pai dela, que é pescador", contou.
Diferente de Ellen, a pequena Ana Júlia Lobo, 6, não chegou tão perto da baleia. Do alto da orla, de onde observava a criatura, porém, o fascínio não foi menor. "Eu fiquei doidinha quando vi, ela é linda, uma pena estar morta. Sinto muito", lamentou ela, acompanhada da avó. 
Mortes
O motivo da reincidência da morte dos mamíferos em solos baianos, no entanto, ainda é desconhecido pelos biólogos que estudam a espécie. "Estamos coletando amostras para saber o que estão causando essas mortes", revelou Luena Fernandes.
Fonte: Correio 24 hs

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