Filha de Beira-Mar pode assumir mandato de vereadora em Caxias
Vereador Chiquinho Grandão tem mandado de prisão, mas ainda não foi notificado. Filha do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernan...

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Vereador Chiquinho Grandão tem mandado de prisão, mas ainda não foi notificado.
Filha do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, Fernanda Costa (PP) pode assumir o cargo de vereadora em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ao receber 3.098 votos na eleição de 2016, sua estreia na disputa política, ela não foi eleita, mas conseguiu a vaga de suplente. Um mandado de prisão contra o vereador Sebastião Ferreira da Silva, o Chiquinho Grandão (PP), pode causar o afastamento do correligionário de Fernanda e abrir uma vaga para a dentista na Câmara.
Segundo a assessoria da Câmara dos Vereadores de Duque de Caxias, há um mandado de prisão contra o vereador, mas nem a Casa nem Chiquinho Grandão ainda foram notificados. Pelo regimento, o vereador mantém o mandato por 120 dias após a notificação e o cumprimento do mandado. Neste período, ele pode reaver a liberdade na Justiça e, logo, a cadeira na Casa.
O artigo 17 da Lei Orgânica do município destaca que um vereador perde o mandato se infringir alguma proibição do estatuto, se quebrar o decoro parlamentar, se faltar a um terço das sessões, se perder ou tiver suspensos os direitos políticos, se a Justiça Eleitoral decretar assim ou se sofrer condenação criminal em sentença que não admite mais recurso. O suplente, diz o regimento, será convocado nos casos de vaga, de investidura nos cargos e nas funções de licença ou afastamento do exercício do mandato por prazo superior a 120 dias.
Chiquinho Grandão é acusado de ligação com a milícia, o que ele nega. Acabou preso, em 2010, na Operação Capa Preta, da Polícia Civil do Rio. Em nota, o vereador reforçou que não foi notificado e que está recorrendo por entender que é "mais uma injustiça contra o seu nome". Ele sustenta que está com recurso na segunda instância do processo e confia que não cometeu qualquer crime e que "tudo será sanado".
"E agora a primeira instância expede o mandado de prisão que era para ser cumprido em 2015. Cumpriram em 2017. É muito estranho, mas alguns adversários meus e outras pessoas que têm interesse em que eu saia do mandato já falavam isso há algumas semanas atrás. E hoje está aí essa situação (...) A justiça vai prevalecer, e a vontade dos meus adversários de me ver preso não vai prevalecer", lê-se no comunicado.
Dra Fernanda Costa é suplente
Caso Chiquinho Grandão perca o mandato, quem assume é Dra Fernanda, de 32 anos, que se candidatou pela coligação Unidos para Renovar no ano passado. Ela é filha de Fernandinho Beira-Mar, que já soma mais de 300 anos em penas e está preso desde 2001.
Pelo menos oito familiares do traficante foram nomeados para cargos na Câmara de Vereadores de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, entre 2012 e 2017, com salários que variam de R$ 2.500 a R$ 6.800. Desses, três permaneciam exercendo funções na atual legislatura. Uma nona pessoa ligada ao criminoso também trabalhou na Casa no período.
Segundo a Polícia Federal, que desencadeou a Operação Epístolas, responsável por desbaratar uma quadrilha comandada pelo bandido de dentro da Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, todos eram funcionários fantasmas e não davam expediente na Câmara.
Sem registros em sua ficha, Fernanda Costa, já na pré-campanha, trabalhou para ressaltar sua profissão de dentista. Na página no Facebook, ela também frisa sua crença evangélica, sobretudo com a publicação de trechos da Bíblia.
Fonte: Gazeta Online