Mãe e filho vítimas de tragédia com lancha são enterrados em Salvador
A administradora Taís Sales, 32, e o filho, Lucas, de 2 anos, vinham fazer consultas médicas Milena Teixeira, do Correio 24h Toda a...

A administradora Taís Sales, 32, e o filho, Lucas, de 2 anos, vinham fazer consultas médicas
Vítimas do naufrágio da embarcação Cavalo Marinho I, mãe e filho foram enterrados da tarde desta sexta (25), no cemitério Jardim da Saudade, em Brotas. Assim como outras vítimas do acidente, Taís e Lucas estavam vindo realizar consultas médicas em Salvador.
O velório ocorreu por volta das 14h e levou dezenas de amigos, vizinhos e familiares para prestar as últimas homenagens às vítimas. Ao som da canção “Em Sua Presença Senhor”, da cantora gospel Fernanda Brum, as pessoas se emocionaram ao lembrar da administradora e do filho dela. A professora Eunice Neves, 51, foi uma delas. “Eu vi Taís correndo, pequena, na Ilha. Acompanhei ela entrar no 2º grau, a vi casar e ficar com um barrigão, quando estava grávida. Hoje é um dia muito difícil pra mim”, lamentou.
Taís era conhecida pela maioria da população da Ilha da Misericórdia, onde morava com o filho e o marido. Apesar ter nascido na capital, ela foi morar em Itaparica aos 7 anos. Segundo familiares, a administradora costumava viajar para Salvador a fim de levar o pequeno Lucas para passear. “Ela sempre levava ele no shopping”, disse o tio das vítimas, Edileudo Nobre.
O estudante Antonio Marques, 20, também era vizinho da família. “Ela era simpática e quando passava na porta lá de casa fazia questão de falar comigo”, contou. “O Lucas era uma criança muito esperta. Apesar da pouca idade, falava tudo”, completou.
Evangélica, Taís também frequentava a Igreja Batista da região. “Ela era muito caseira e vivia para a família. A vida era estudar, ir pra igreja e cuidar do filho, o Lucas, que é um anjo”, completou o tio.
Revolta e comoção
Para algumas pessoas presentes no enterro, o acidente já era uma tragédia já anunciada. O tio de Taís, Edileudo, disse que os moradores da ilha sofrem com a insegurança dos transportes. “Na época de baixa estação, nós sofremos, com medo. É comum que a gente se sinta inseguro porque tem transporte de qualidade para a população da Ilha”, comentou.
Revoltado, Hugo também criticou os responsáveis pela travessia e pediu justiça, para que as coisas não se repitam e não haja impunidade. “Nesse momento, a Bahia chora porque perdeu muitos de seus filhos por causa de uma irresponsabilidade”, protestou.