Camilo volta a defender a chapa Ciro-Haddad e diz que PT marchar sozinho é suicídio
PT não pode apostar no isolamento suicida, diz Camilo Santana O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), afirmou que Lula não conseguirá ...
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PT não pode apostar no isolamento suicida, diz Camilo Santana
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Estadão – Como avalia a estratégia de setores do PT de insistir na candidatura do ex-presidente Lula? Camilo Santana – Respeito a posição do partido. Sempre tenho colocado que Lula é vítima de uma grande injustiça, mas acho que o momento não é de radicalismo. Sei que o desejo de todos nós era o Lula poder ser candidato. Mas entre querer que ele seja candidato e a realidade atual existe uma ponte muito grande.
Estadão – Defende, então, o apoio do PT a outro candidato? Camilo Santana – Parto do princípio de que o PT, sem dúvida nenhuma, é hoje o maior partido deste País. Agora, não acredito que vão deixar o Lula ser candidato. Isso é um fato. Não adianta a gente se enganar. Acho que ele poderá contribuir muito nesse processo eleitoral, mas não como candidato. Não permitirão isso. E penso que o Ciro é hoje, sem dúvida nenhuma, o principal nome para unir as esquerdas e garantir as conquistas sociais alcançadas durante os 12 anos do PT no poder. Ciro sempre foi um aliado fiel. Negar isso acho que seria injusto. Acho que o PT tem uma grande oportunidade de fazer esse debate. Não podemos nos isolar. O momento é de união, não de isolamento. O momento não é de radicalismos, isso não vai levar a nada. O momento é de reflexão, serenidade, desprendimento. Acho que quem pensa de verdade no partido, na sua história de luta, de conquista, não pode apostar no isolamento suicida.
Estadão – O que o sr. chama de isolamento suicida? Camilo Santana– Exatamente isso. Claro que o desejo, a vontade nossa, e da grande maioria do povo brasileiro, é o Lula presidente. Desejar é uma coisa, a realidade é outra. A realidade, e estou convicto disso, é que não acredito que vão deixar o Lula ser candidato. E nós vamos estender isso até quando? Vamos prorrogar isso até quando? A partir do momento que isso acontecer, acaba o PT, talvez, ficando isolado. Essa é minha preocupação.
Estadão – E quando esse debate deve ser feito? Camilo Santana – Agora, já preparando, pavimentando aí. Independente do que vai acontecer, acho que precisa ter essa clareza. Pode ser que a decisão dos partidos de esquerda seja cada um lançar um candidato no primeiro turno e apostar no segundo turno. Mas acredito que isso seja um risco de insucesso de uma candidatura que possa representar uma visão progressista do País.
Estadão – Setores do PT defendem outro nome do partido? Camilo Santana – Há quase dois anos defendia que (ex-prefeito de São Paulo Fernando) Haddad fosse vice do Ciro ou vice-versa. Só acho que Ciro é uma pessoa preparada, que defende princípios e políticas de esquerda desse País. É inteligente, pensa o País e se credenciou para se colocar como uma das opções.
Estadão – O sr. apoiará Ciro, independentemente da decisão do PT?Camilo Santana
Estadão – Já levou esse debate para o partido? Camilo Santana – Conversei com Jaques Wagner, com governador Rui (Costa, da Bahia), com Wellington Dias (governador do Piauí), conversei também com alguns governadores que não são do PT.