Família de médica comemorou decisão antes de veredicto; parentes de irmãos se revoltaram
Alexandre Lyrio, Júlia Vigné, Gil Santos e Clarissa Pacheco, do Correio 24hs
Às 18h10 desta quarta-feira (6), quase 19 horas depois de iniciado o julgamento, a juíza Gelzi Maria Almeida Souza fez a pergunta que encerraria a batalha de teses, debates e discussões: “Os senhores jurados já estão habilitados a julgar?”. Os setes componentes do júri então balançaram a cabeça dizendo que sim. Pronto, hora de todos se reunirem na chamada sala secreta. Quer dizer...
Foto: Betto Jr | CORREIO*
Em alguns minutos, pela reação da família da médica Kátia Vargas, a sala secreta não se mostrou tão secreta assim. Antes mesmo de a juíza retornar ao salão, um dos advogados de defesa, Daniel Kignell, entrou no recinto às 18h35 com um sorriso largo. Sob uma fotografia antiga do rábula Cosme de Farias, chamou o marido de Kátia Vargas, cochichou algo em seu ouvido e o abraçou forte. O marido se pôs a chorar, foi até os filhos e, de forma contida, parecia comemorar.
Nesse momento todos se voltaram e abraçaram efusivamente o advogado. Os semblantes de dor e expectativa davam lugar ao alívio. O comentário na plateia era de que Kátia poderia ter sido condenada por homicídio culposo e não doloso. Mas, um advogado criminalista que estava bem próximo à família, e conversou com o advogado da ré, disse ao CORREIO o resultado. “Absolvição!”, entregou.
Enquanto Ana Carolina, filha de Kátia, não parava de beijar e abraçar o pai, policiais se posicionavam na frente e nas laterais de onde estavam sentados os parentes de Kátia. A plateia, que esperava pelo resultado oficial, não o assistiu. Quando os familiares de Emanuel e Emanuelle começaram a protestar contra o resultado, a juíza ordenou o esvaziamento do recinto por medida de segurança.
Enquanto a área era evacuada, familiares de Kátia tapavam os ouvidos dos seus filhos para que não ouvissem as palavras da outra família.
Dor e revolta
Para a família dos jovens, o primeiro sinal do fim da batalha surgiu às 18h40, quando Daniel Keller, advogado assistente da acusação, deixou a ala restrita e chamou a prima das vítimas, Mayane Torres, e a mãe dos jovens, Marinúbia Gomes. Os três tiveram uma conversa rápida e Marinúbia não esboçou qualquer reação. Quinze minutos depois, ela foi chamada por uma assistente da promotoria para a área onde estavam os jurados e seguiu acompanhada da irmã, Mércia Gomes.
A mãe dos jovens comunica a decisão aos familiares e eles se dirigem à porta do Salão do Júri. Indignada com a decisão, a tia dos meninos, Mércia, chega a gritar: “Eu vou matar Kátia Vargas pessoalmente!”. A mãe dos jovens, aparentemente mais calma, diz que “é normal o descontrole de Mércia porque a dor é muito grande”.
A própria Marinúbia garante que a decisão será enfrentada, terá recurso e terá luta. “Lutei quatro anos pelo júri popular e agradeço a Deus hoje por ter conseguido o que várias pessoas não conseguem. Ela foi inocentada, ninguém sabe como. Continuarei lutando. A justiça não foi feita. Não vai ficar impune. Eu já fui avisada por Deus”, declarou.
Do lado de dentro, houve indignação e gritaria da parte da família dos jovens. A prima, Mayane, gritava em direção à filha da médica: “Assassina! Sua mãe é uma assassina infeliz”. Foi quando Marinúbia subiu em uma das cadeiras e pediu que todos abaixassem suas cabeças. “Isso é uma injustiça!”. É imediatamente aplaudida.
Alívio
Depois da evacuação, a família de Kátia não foi mais vista pela imprensa ou pelo público, a não ser na hora que deixou o local. Era 20h43 quando o fotógrafo do CORREIO Betto Jr. flagrou a saída de Kátia Vargas do local onde foi julgada. Ao lado dela, a filha, Ana Carolina. No banco do carona, o advogado de defesa, José Luis de Oliveira Lima, e ao volante um homem ainda não identificado, que sorri.
Foto: Betto Jr | CORREIO*
O veredito foi proferido a portas fechadas, uma hora antes, às 19h40. A assessoria do Tribunal de Justiça da Bahia confirmou que, em respeito aos parentes das vítimas, não comentariam o resultado.
Mas o advogado José Luis Oliveira Lima descreveu sua reação após o resultado. “Ela me abraçou e começou a chorar. Nós choramos juntos. A família está anestesiada”. Antes de tudo isso, o que se via era uma família que parecia sofrer junto com a ré. Pai e os dois filhos estavam de branco. O menino, quase sempre de cabeça baixa. A menina, encostada no ombro esquerdo do pai. Este, por sua vez, atento a cada detalhe dos debates da defesa e acusação.
Beijos, carinhos palavras de apoio e incentivo, como na hora em que, em um dos intervalos, a filha, de longe, dizia e gesticulava algo para a mãe. A resposta da ré teve apenas três palavras: “Eu te amo”.
Jovem estava grávida de 5 meses e ficou internada no hospital municipal durante o carnaval para se recuperar do aborto
Agência O Globo
Uma mulher perdeu o bebê depois de ser espancada por...
Em fevereiro deste ano, pelas suas redes sociais, ele anunciou que iria iniciar uma carreira gospel
Redação Correio 24h
No Carnaval dos últimos anos quem curtiu a folia em Salvador certamen...
"Estava inflamando", contou assessoria do artista
O cantor Nego do Borel deu um verdadeiro susto em seus fãs nesta segunda-feira (06). O funkeiro passou por uma cirurgia em uma clínica carioca para...