Marcello Antony se orgulha da família com três filhos e dois enteados
Entre abraços, risos e cosquinhas percebe-se a liga de toda a família Marcelle Carvalho, da Agência O Globo A silenciosa sala de estar...

Entre abraços, risos e cosquinhas percebe-se a liga de toda a família
O discurso do paizão não é exagero. Entre abraços, risos e cosquinhas percebe-se a liga de toda a família. Francisco e Stéphanie moram com a mãe, mas frequentam muito a casa do ator. E, quando todos estão juntos, Lucas, Louis e Lorenzo não dormem em seus quartos: preferem se juntar aos irmãos e pernoitam os cinco na sala de TV. Antony não esconde que gerenciar tanta gente é complicado, mas não faria nada para esse furdunço ser diferente.
— Foi uma vontade minha. Eu quis, procurei isso, sempre desejei ter uma família do jeito que tenho. E sou privilegiado de estar trabalhando, podendo dar sustento a essa máquina, essa empresa (risos). O resto é ter confiança na vida, fé em Deus, acreditar no meu trabalho, rezar para ter saúde que as coisas acontecem — diz ele, que vai receber neste domingo especial um tratamento de rei: ao acordar, terá a seu dispor um big café da manhã preparado pelos cinco filhos.
A casa alvoroçada é uma espécie de música para os ouvidos desse pai. Tanto que quando o silêncio impera...
— Fica estranho (risos). Isso acontece na parte da manhã, quando todos vão para o colégio. Com eles aqui, por mais que eu fique no quarto ou no escritório, a solicitação existe o tempo todo. Quando não tem, dá um estranhamento — diz Antony, que parece querer ter um time de vôlei, já que Carol e ele não riscaram da vida o desejo de mais um filho: — Ainda sinto vontade de ter mais um, mas não determinamos nada. Já temos tanta coisa com que nos preocupar em relação aos cinco...
A pluralidade que impera na casa do artista, no melhor estilo os-seus-os-meus-e-os-nossos, é bem a configuração das novas famílias, e isso não deixa de ser um salto na vivência de Antony, nascido nos anos 60.
— Nos anos 70, o divórcio era uó. Antigamente era assim: “Aquele ali tem pai divorciado”. Hoje em dia, a realidade é completamente outra: “Aquele ali tem pais casados” ou “O quê? Você não tem duas casas?”. É a diversidade da vida — filosofa.
Tão presente na vida dos meninos, o ator veste a carapuça do pai ausente quando dá vida a Edgar, em “Malhação”. Lica (Manoela Aliperti) e Clara (Isabella Scherer) sofrem nas mãos dele, um dono de colégio sem vocação para a educação.
— Não tenho nada a ver com ele. O cara é exatamente o oposto de mim. Talvez por isso esteja me divertindo tanto. Se vivesse esse personagem em outra época, sem a maturidade que tenho hoje, não perceberia isso. Edgar é um ser completamente enojado, ele é tudo o que uma pessoa não tem que ser. Eu o considero um dos meus melhores papéis na TV — elogia o ator, que protagonizou uma cena impactante: o tapa na cara de Lica, no meio do pátio, na frente dos alunos.
O corretivo na filha mexeu com Antony, que preferiu ler as cenas desta sequência mais perto da gravação. Avesso a castigos físicos, ele defende “uma palmadinha na bunda”:
— Mas isso até uma determinada idade. Depois, é muita conversa e mostrar o limite. Dizer “não” é muito difícil. Mas tem que se ter o entendimento de que isso faz parte da vida. É desta forma que eles vão crescer. Até porque os “nãos” que vão receber serão muito maiores — ensina o ator, que diz educar para o mundo: — Os adolescentes estão entrando numa época difícil, ainda mais na sociedade em que gente vive. Os valores morais têm que ficar bem claros.
Decidido a criar cidadãos de bem, o artista faz questão de ressaltar com os filhos a necessidade de pensar no próximo e olhar além do umbigo:
— Sabe aquele ditado “em terra de cego quem tem um olho é rei”? Nos dias de hoje digo que “em terra de ego, quem vê o outro é rei”. Por isso, reforço tanto: tem que ser educado, cumprimentar, pedir licença, dizer por favor... Coisas básicas que estão em falta hoje em dia.
O esforço vem dando resultado. Durante a entrevista e sessão de fotos para a Canal Extra, as orientações paternas foram seguidas à risca, deixando o papai orgulhoso:
— Vejo que a missão está sendo cumprida. Não tem manual do que é certo ou errado. Eu simplesmente me baseio no caminho do bem.
Como amor gera amor, os cinco não economizam elogios a Antony (veja os depoimentos espalhados pelas páginas). Ouvir tantas declarações carinhosas faz o ator viajar no tempo, mais precisamente há 14 anos, quando estreou no melhor papel de sua vida com a chegada de Francisco.
— Ele foi meu primeiro filho, e só entendi o verdadeiro valor do amor quando me tornei pai. Ele me mostrou muito o que é esse sentimento. Consequentemente, quando os outros vieram, cada um da sua forma, percebi que o amor não tem um caminho só, são vários viés. Eles me ensinam muito. Quando Francisco e Stéphanie chegaram, muita gente dizia: “Nossa, que bem que você está fazendo para essas crianças”. Mas, na verdade, eu é que me senti presenteado, amado. Foi como gasolina no fogo: se espalhou — afirma, emocionado.
Atento aos passos do quinteto, Antony é daqueles que gostam de colocar todos na cama, cobrir, levantar de madrugada para ver se estão com frio... E, por ter filhos de diferentes idades, não esconde a preocupação com os rumos que vão tomar.
— Tenho um de 5 anos que dorme 21h30, mas tenho um de 16 que vai para festa e volta às 3h30. Atualmente, com a cidade violenta do jeito que está, dá medo. Mas não dá para criá-los numa redoma. Converso bastante, mostro as coisas que estão acontecendo e peço que tenham cuidado — conta o ator, que não relaxa enquanto um dos meninos não volta para casa de alguma festa em segurança: — Não desligo, não tem jeito.
Consciente de que não há como parar o tempo, Antony sabe que os filhos vão viver a própria a vida. Mas, aos risos, diz que prefere pensar nisso mais para frente. E se comove ao afirmar que fica encantado com a inocência da sua turma.
— Eu fico pensando: “Caramba, eles vão sofrer ainda, enfrentar tantas dificuldades, não queria”. É uma coisa muito doida. Se fosse parar para pensar, seria melhor não ter, porque aí não haveria sofrimento algum. Mas não é minha natureza. Ser pai é tudo para mim. E encontro essa inocência mesmo nos maiores. Percebo que todos têm uma semente que plantei. Há um pouquinho de mim em cada um, no sentido do amor, do respeito...
O carinho dos filhos de Marcello
Stéphanie: "A gente não mora junto, mas ele sempre foi presente. Não tem distância. O que mais me encanta é sua persistência. Meu pai é um exemplo a ser seguido."
Francisco: "Uma das coisas que mais admiro é o esforço que ele faz para manter a família junta. Meu pai gosta mesmo de cuidar da gente."
Lucas: "Ele é brincalhão pra caramba. Me dá conselhos, sou muito aberto com ele. Sabe de todos os meus segredos, porque o considero meu pai."
Louis: "Acho ele legal demais. Sempre faz tudo para estarmos juntos, gosta de conversar, é carinhoso com a gente... Um pai nota 1000!"
Lorenzo: "Amo muito. Gosto do abraço dele, de vê-lo na novela. Sou fã do papai, mais do que meus irmãos e os cachorros."